Autor: Luis Pimentel
Caricatura: Carlos Amorim
Ele é aniversariante de setembro (dia 2), e este ano comemora 65 de idade (nasceu em 1946, carioca da gema do Estácio, para onde só vai quem sabe o que quer.
Um dos maiores compositores vivos da música brasileira, letrista maiúsculo, Aldir Blanc tem uma obra banhada na melhor poesia, construída em parceria com craques absolutos dos instrumentos, como João Bosco (com quem construiu boa parte dela, como os destaques “O bêbado e a equilibrista”, “Dois pra lá, dois pra cá”, “De frente pro crime”, “O mestre-sala dos mares” e outras jóias), Moacyr Luz, Guinga, Cristóvão Bastos e Maurício Tapajós, só para citar os que foram mais constantes.
Blanc é também um escritor de obra em livros do mais alto gabarito. Seu texto gostoso e rascante (que nem os melhores vinhos) estreou no Pasquim, na década de 1970, onde publicou as crônicas mais tarde reunidas nos livros Rua dos artistas e arredores e Porta de tinturaria (ambos lançados em primeira edição pela Editora Codecri). Após o fechamento do Pasquim, levou suas crônicas de humor ferino para revistas como a Playboy e os jornais Tribuna da Imprensa, Ultima Hora, O Estado de São Paulo, O Dia (onde manteve colaboração semanal por quase dez anos ) e Jornal do Brasil.
Colaborou com a revista Bundas, do primeiro ao último número, e esteve presente na maioria das edições d´Opasquim21, desde a edição de número zero até o fechamento do jornal, em 2004. Reuniu crônicas também nos livros Brasil passado a sujo (Geração Editorial) e Um cara bacana na décima nona (Record). Ah, em alguns discos, seus e dos parceiros, ele aparece cantando. A voz é firme, encorpada, bastante melódica. O cara é completo.
(Luís Pimentel)
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