Autor: Luis Pimentel
Caricatura: Carlos Amorim
“Eu sou o samba, sou natural daqui do Rio de Janeiro/Sou eu que levo a alegria para milhões de corações brasileiros...”
Zé Keti (José Flores de Jesus) foi o mais popular dos compositores da Música Popular Brasileira. Guardava no peito, como mote e fonte de inspiração, o sentimento do homem das ruas, dos bares e dos morros da cidade, onde nasceu no dia 6 de outubro de 1921, viveu a vida quase inteira (passou uma temporada em São Paulo) e onde morreu em 1999, o Rio de Janeiro.
Paulinho da Viola diz que Zé Keti é um dos maiores compositores do Brasil. Zé Renato, que fez um belo disco cantando toda a obra do Zé, acha a mesma coisa. Outras autoridades no assunto também acham. Mesmo assim, o artista morreu pobre, como morreram Nelson Cavaquinho, Wilson Batista, Geraldo Pereira, Cartola, Padeirinho e outros camisas 10 da MPB. Compôs por mais de 60 anos e deixou mais de 200 músicas, gravadas por vários intérpretes.
Poeta das noitadas e de muitos botequins (“Em qualquer esquina eu paro/Em qualquer botequim eu entro/E se houver motivo é mais um samba que faço), Zé Keti é autor de clássicos da MPB, de um estrondoso sucesso de carnaval, Máscara negra, de um hino da resistência política dos anos 60, Opinião(“Podem me bater/Podem me prender/Podem até deixar-me sem comer/Que eu não mudo de opinião) e de uma série de composições que não podem faltar nas melhores rodas de samba mas que, infelizmente, está sempre em falta no catálogo das melhores gravadoras.
Luís Pimentel
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